terça-feira, 6 de novembro de 2012

SUCURSAL DA AMÉRICA

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Meus amigos jornalistas ficam no veneno toda vez que eu critico o imprensalão e a vendilhança de quase uma classe trabalhadora inteira, aos interesses alienígenas. Pois é.

Primeiro vamos às explicações deste quadro que você enxerga logo acima da postagem. Na parte maior, você vê a capa absolutamente estadunidense feita pelo diário oficial da tucanolândia de São Paulo. Tudo bem que os EUA são um país importante na geopolítica mundial, mas nem nas eleições brasileiras fizeram uma capa tão caprichada. Depois, você vê circundado em amarelo, a manchete do colunista Clovis Rossi, e novamente circundado em amarelo, seu ato falho (falho?) que é a palavrinha "por".

Em seguida, mais abaixo, você vê circundado em verde, uma imagem qualquer retirada do google, que mostra como se escreve "vote EM Obama" em inglês.

Quando você quer dizer que vai votar em alguém, e se você está falando a língua do Brasil ou de Portugal, você dirá justamente, votar EM alguém. E não, votar POR alguém.

Mas no inglês americano e do Reino Unido, quando você quer dizer a mesma coisa, você fala votar POR alguém ("vote for")*, e não, EM alguém.

São tipos linguísticos que costumeiramente traem a língua para a qual você pretende traduzir a frase. Como fugir da arapuca? Traduzir de acordo com o que é costume no país que lerá a tradução, para que a frase fique dentro do contexto local. Ou seja, para que o leitor saiba do que você está falando.

Mas temos um tipo de gente que adora parecer o que não é. A literatura da psicologia ensina que quando você usa o sotaque de uma região que não é a sua, que você se veste imitando um costume que não é do seu local ou país, você pretende na verdade, emular aquela situação. Em resumo, você queria ser, mas não é. E normalmente não se dá conta que fica passando ridículo porque todo mundo nota que você está se esforçando para simular uma realidade que nem de longe se faz presente.

Clovis Rossi, um escrevedor da Folha, deu mostra de seu "wanna be" (querer ser) neste dia de eleições dos EUA. Falou que Dilma votaria POR Obama.

Não, Clovis, você está fazendo isso errado!

Se Dilma votasse lá, ela poderia votar EM Obama. E não POR ele. Votar POR ele, como diria o Pasquale, seria algo como falar que Dilma vota porque Obama pediu, ou por uma causa nobre. No Brasil, Clovis, votamos EM pessoas e não POR pessoas.

É que não basta escrever no D.O. do PSDB, que tentou vender a integralidade do Brasil ao interesse externo (e infelizmente conseguiu muita coisa). Tem que tentar parecer americaninho, também.

O chato é ser visto de fora, passando ridículo. Um amigo nascido nos EUA, que mora no Texas e que vem sempre ao Brasil me falou há alguns anos (no auge da época da privataria que o engavetador geral da República não vai denunciar nunca) que achava realmente estranho um país, especialmente sua imprensa que em tese, deveria refletir o que pensa o povo, ser tão submisso à América. Isso não seria visto jamais lá pra cima e só transforma os submissos em bajuladores patéticos. Lhes retiraria o pouco de respeito que eventualmente poderiam ter.

Mas nosso imprensalão está repleto de "wanna be". Querem ser o que não serão jamais. Amigo Clovis. Nasceu no Brasil, você é brasileiro, não há o que fazer. Se não está contente, há solução jurídica pra isso. Primeiro, tente a cidadania estadunidense. SE conseguir, renegue a cidadania brasileira, que uma vez deferida, é irrevogável.

Até lá, evite passar por bobo na frente dos leitores. 

É dos atos falhos e das tentativas de parecer chique, que nascem os grandes bobos da corte.

* Acrescentando a ótima percepção do amigo Carlos CWB, adendamos que "for" pode significar "por" ou "para" no português, dependendo de como se traduz. Acentuando ainda mais o erro de Rossi.

Clique aqui para saber o quê o MP não vai investigar em um crime flagrante.
Clique aqui para ver a futilidade que infesta o imprensalão.
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Clique aqui se você também quer a punição de FHC e de seus mensaleiros.
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2 comentários:

Carlos Cwb disse...

"FOR" não é "POR", é "PARA".

insequapavel disse...

Oa americanalhados da imprensa alienista traem-se sempre. Um exemplo é o caso de Fernando Collor de Melo. Quando em morava em Maceió, nos anos 70, ouvia, às vezes, o rádio da vizinha, sintonizado na Rádio Gazeta de Alagoas. Havia sempre algumas notas exaltando a matriarca da família proprietária, dona "Leda Collor" (a pronuncia era "Lêda Collor" - oxítono, com a tônica em llor (que, no espanhol, mistura o som do ll, meio "lh' e meio "j" - pois a senhora esposa de Arnon de Melo era de origem espanhola. Os lambaias dos americanos, que compõem os quadros da Globo, sempre americanizam (ou americanalham) tudo, e passaram a pronunciar o nome de seu candidato (em 1989) como Fernando Collor (Cólor - paroxítona) de Mello, com a pronúncia de "Color" ("Cor", em inglês). É a burrice institucionalizada.